Chamou-me a atenção no site
SEMENTE DA FÉ artigo referente à chamada CLONAGEM DE IGREJAS.
Na prática, isso significa que
qualquer pessoa disposta a alugar ou emprestar uma salinha, pode
colocar uma placa escrita “Igreja Assembléia de Deus” (ou
Batista, ou Metodista, etc) e passar a reunir pessoas com fins
religiosos (ou nem tanto).
Isso é consequência direta do direito
constitucional de liberdade religiosa, como também, do fato de que
referidos nomes já caíram no domínio público (a Assembléia de
Deus, por exemplo, já é centenária).
Por que essas novas igrejas insistem em usar velhos nomes ? Ora, pelo
apelo popular, é claro.
E por que esse apelo é tão necessário ?
Certamente devido à concorrência religiosa feroz que se estabeleceu
nos grandes centros urbanos, o que leva à escolha de nomenclaturas
religiosas em que se misturam os nomes tradicionais e expressões
apelativas ou cômicas, criadas alegadamente a partir de
“experiências místicas”.
E o que é pior: quem faz isso não
comete nenhum ilícito, seja penal, seja civil.
Isso porque não existe nenhum tipo de controle, público ou privado,
sobre as igrejas que são abertas (e nem poderia, por freio
constitucional), muito menos sobre as lideranças escolhidas (ou
auto-escolhidas).
As convenções de igrejas não são obrigatórias para ninguém, e
mesmo nessas, não existe um controle tao rígido sobre como e o quê
cada igreja-membro realiza, a não ser em casos extremos de heresia.
Dessa forma, pessoas mal-intencionadas ou simplesmente ignorantes
quanto aos rudimentos da fé podem abrir uma facção religiosa e
ensinar o que bem entenderem, contanto que não vá de encontro às
leis pátrias.
Com isso, “a porteira está aberta” para o
surgimento de toda sorte de heresias e exageros.
Não se cometa aqui o erro de generalizar, dizendo que TODAS essas
igrejas “clonadas” são arapucas, armadilhas para tirar dinheiro
dos incautos, etc. Essa não é a nossa fala. Isso qualquer igreja
pode vir a ser (inclusive as mais tradicionais e históricas), basta
um descuido na doutrina e na vivência eclesiástica. Portanto, não
é isso que está em jogo.
Segundo o pastor José Wellington Bezerra da Costa, presidente da
Convenção Geral das Assembleias de Deus do Brasil (CGADB), essa
“clonagem gospel” resulta, às vezes, em líderes sem qualquer
preparo teológico ou eclesiástico, e visam apenas explorar a
boa-fé-alheia, o que acaba afastando muitas pessoas do Evangelho,
desiludindo-as com as igrejas em geral; além de sujar o nome das
igrejas tradicionais, inclusive no aspecto financeiro (SPC, SERASA,
etc). Mas reconhece que mesmo isso tem o seu lado positivo, já que
também é um meio de semear o Evangelho ainda que por “mãos
tortas”.
Embora o prejuízo maior seja das igrejas tradicionais, elas não
podem ser responsabilizadas pelos escândalos e desmandos de pessoas
que não fazem parte de seu corpo eclesiástico. Além disso, essas
igrejas tradicionais não possuem nenhum mecanismo legal para coibir
essa “clonagem”. Quando muito, podem pedir à “igreja clone”
a mudança do nome, ou ainda, acionar a Justiça apenas e tão
somente no caso de um nome já registrado (o que é bem raro).
Não se pode esquecer que as igrejas históricas e tradicionais,
mesmo a maioria das pentecostais, tem um processo de seleção de
membros e lideranças, de prestação de contas, possuem estatutos e
regimentos, enfim, possuem uma forma de controle e transparência
certamente maior e melhor que muitas “igrejas Dolly”.
E chegamos a um ponto que acredito importante sobre os desigrejados:
é inegável que muitos deles deixaram de congregar em igrejas
evangélicas. Os motivos são os mais variados, mas principalmente,
os desmandos e maus-tratos a que foram submetidos.
Dessa forma, podemos concluir que muitas “igrejas clones” na
verdade são “fábricas de desigrejados”. Que Deus tenha
misericórdia de nós !
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