O AMOR QUE É BONDOSO

O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha (1ª Co 13.4-8)

Se nestes versículos substituirmos a palavra “amor” pelo nosso nome, não vai dar certo. Afinal, muitas vezes
não somos sofredores, nem pacientes, e muito menos benignos. Muitos de nós são invejosos e se ensoberbecem por qualquer coisa.
Estes versículos da Bília são um exemplo que ninguém consegue alcançar, a não ser uma pessoa: Jesus Cristo. Se trocarmos a palavra “amor” pelo nome “Jesus”, tudo dá certo. Jesus é paciente. Jesus é benigno. Jesus não é invejoso. Jesus não trata com leviandade. Jesus não se ensoberbece. Jesus nunca falha.
É por isso que, por mais que a gente tente, não consegue chegar aos pés do nível que Deus deseja para nós pelas nossas próprias forças. Somente através de Cristo é que conseguimos chegar à estatura de varão perfeito.
Para muita gente, amor é apenas uma palavra vazia. Para outros, é apenas um sentimento. Mas para Deus, amor é ação, é atitude. Pois Deus amou o mundo de tal maneira, que fez algo impressionante a respeito disso: ele mandou seu único Filho para se sacrificar pelos nossos pecados.
E através de Jesus, temos como amar o nosso próximo, o nosso amigo e até o nosso inimigo.
Você que nos ouve, alguém que prometeu amar você pode ter falhado e te decepcionado. Mas não Deus. Você mesmo, caro ouvinte, pode ter falhado com alguém que você tinha prometido amar.
O amor de um pai pode falhar, o amor de um filho, o amor de uma mãe, o amor de um marido, o amor de uma esposa. Todos podem falhar, mas não Deus.
O amor de Deus se manifesta para nós de muitas maneiras, mas hoje queremos falar de uma delas somente: a bondade de Cristo. Quando se fala em Jesus, as pessoas pensam logo em seu poder, em sua salvação, em seu sacrifício. Pouca gente pára pra pensar que Cristo é benigno, é bondoso.
Por exemplo, o primeiro milagre que Jesus fez na sua vida foi transformar água em vinho numa festa de casamento. Ele poderia ter começado seu ministério curando pessoas doentes, até ressuscitando alguns defuntos. Mas nada disso: o primeiro milagre dele foi salvar da vergonha um casal de noivos. Quanta bondade !
Quando Jesus encontra o cobrador de impostos Zaqueu, ele falou a todos que ia jantar na casa dele. Zaqueu era uma pessoa malquerida na cidade, pois era corrupto, cobrava impostos a mais das pessoas e ficava com a diferença. Era uma pessoa rica, mas odiada. Jesus poderia ter ido comer com Zaqueu e conversar com ele em um restaurante próximo, mas ele deixou claro que ia visitar Zaqueu em sua casa. É muita bondade !
Quando Jesus curou a mulher que sofria de uma hemorragia há 12 anos, ele ainda parou para ouvi-la contar toda a sua história, mesmo com a multidão esperando para ir à casa do chefe da sinagoga ressuscitar a filha dele. E depois de ouvir toda a triste história da mulher, ainda a chamou de filha, e lhe disse que a fé dela a tinha salvado. Esta mulher sem nome foi a única pessoa na Bíblia que Jesus chamou de filha. É muita bondade.
E como Jesus é bondoso conosco, ele nos dá o exemplo para que sejamos bondosos uns com os outros, benignos uns com os outros.
Quando nos reunimos na igreja para orar que Deus queime os nossos inimigos, será que estamos sendo bondosos ? Quando dobramos os nossos joelhos para decretar que Deus coloque nossos adversários debaixo dos nossos pés, será que estamos sendo bondosos ? Quando cantamos canções que falam que Deus vai nos colocar num palco, num pedestal, e os nossos inimigos na platéia se arrependendo, será que estamos sendo benignos ?
Quando dizemos que a miséria e a pobreza são coisas do Diabo, será que estamos sendo benignos com nossos irmãos menos privilegiados ?
Quando espalhamos fofocas e conversas a respeito das pessoas, que não sabemos se são verdade, ou sabemos que não edificam, será que estamos sendo benignos ?
E se Deus nos tratasse do mesmo jeito que tratamos os nossos inimigos, como seria ? E se Deus nos tratasse do mesmo jeito que tratamos os nossos amigos, será que estaríamos bem ?
Será que temos agradecido a Deus o bastante por sua bondade para conosco ?
Ao fim de um dia de trabalho, às vezes estamos cansados para agradecer a Deus ele ter sido bondoso conosco para nos dar um trabalho, em vez de estarmos cansados de bater de porta em porta atrás de emprego sem conseguir nada.
Geralmente esquecemos de agradecer a Deus quando precisamos tomar um remédio para curar alguma enfermidade; esquecemos a bondade de Deus em nos dar condições de ter o remédio, e esquecemos da bondade dele de nos fazer precisar de um remédio em vez de precisar de um caixão.
Esquecemos de agradecer a Deus pela bondade do ônibus lotado; afinal, podíamos estar a pé.
Esquecemos de agradecer pela bondade da chuva que refresca; afinal, podíamos estar torrando no calor.
Esquecemos de agradecer pela bondade do feijão com arroz, pois muitos nem isso possuem.
Esquecemos de agradecer pela bondade do gosto da comida, afinal que obrigação Deus tinha de nos dar um paladar ?
Esquecemos de agradecer pela bondade de um lindo por-do-sol, afinal que obrigação Deus tinha de nos fazer enxergar as cores ? Podíamos enxergar só em tons de cinza, como muitos animais.
Mas o incrível é que toda essa nossa ingratidão não muda a atitude de Cristo. Afinal, como escreveu o Apóstolo Paulo, se formos infiéis, Ele permanece fiel. Lucas 6.35 nos lembra que Deus é benigno até com os maus e os ingratos.
Você lembra de alguma ocasião em que Deus tenha sido bondoso para sua vida, e o ajudou a sair de alguma enrascada ? Você pode trazer à memória alguma vez que que mesmo sem merecer, Deus o ajudou ? Conta as bençãos, conta quantas são, recebidas da divina mão, uma a uma, dize-as de uma vez, hás de ver surpreso o quanto Deus já fez. Todas as coisas boas que Deus tem feito em nossas vidas não são por causa das nossas capacidades, por causa dos nossos merecimentos ou por causa do que temos decretado, declarado, exigido ou profetizado. São por causa da benignidade de Deus, que levou o Salmista a escrever “louvai a Deus porque Ele é bom, por que a sua benignidade dura para sempre”.
E já que Deus tem sido tão bondoso com você, será que você não pode ser bondoso com as outras pessoas ? Quando foi a última vez que você fez alguma coisa bondosa para alguém sem que fosse preciso pedir ? Corações bondosos dão passagem para os outros automóveis, Corações bondosos respeitam a sinalização de trânsito, Corações bondosos deixam a mãe com criança de colo passar na frente na fila, Corações bondosos dizem “por favor” e “obrigado”.
A bondade também deve ser estendida para os inimigos. Que tal surpreender a pessoa que lhe magoou ou feriu com um ato de bondade ? Afinal, a Bíblia diz “sejam benignos e misericordiosos uns com os outros, perdoando-vos como Deus vos perdoou em Cristo” (Ef. 4.32).