CARTA ÀS 7 IGREJAS DA ÁSIA

O Apocalipse, apesar de ser uma parte da Bíblia amedrontadora para algumas pessoas, na verdade é uma grande revelação de esperança e conforto para os que conhecem a Palavra de Deus.

Nesse contexto, merecem destaque os capítulos 2 e 3, as chamadas “7 CARTAS”.

Endereçadas inicialmente a 7 igrejas daquela época, na verdade contém uma mensagem de aviso e consolo para todos os crentes de todos os tempos.

Uma das maneiras de estudar essa passagem é associando uma época a cada igreja. Nesse pensamento, viveríamos hoje nos dias de Laodicéia, igreja caracterizada pela riqueza e mornidão espiritual.

Penso que essa é apenas uma parte da verdade.

Embora realmente existam igrejas com esse perfil hoje em dia (você conhece alguma ?), também existem Filadéfias, igrejas pequenas em número e em força, grandemente perseguidas, mas que tem guardado a sã doutrina.

Mas o que me chama a atenção é que para todas essas igrejas o começo da mensagem é sempre “conheço as tuas obras”. Todos nós cristãos, individual e coletivamente, devemos estar conscientes de que tudo que fazemos, falamos e pensamos (e o que NÃO fazemos, NÃO falamos e NÃO pensamos), está a descoberto diante de Deus. NADA está escondido dEle. Cada ato de bondade e misericórdia que ninguém mais viu, cada palavra de baixo calão pronunciada entredentes, cada pensamento pecaminoso que alimentamos no recôndito da alma, TUDO ESTÁ DIANTE DELE claro como água límpida. E um dia, seremos chamados a prestar contas diante de Nosso Senhor, tendo como platéia os santos na glória, além das hostes celestiais.

Que tipo de espetáculo seremos para eles ? De júbilo ? Ou de constrangimento ?

O que dirão os anjos uns para os outros quando formos julgados no Tribunal de Cristo ? “veja só, que cristão, que santo !”. Ou balançarão eles a cabeça baixa, trocarão olhares furtivos, darão sorrisos “amarelos”, ao verem como não honramos nosso testemunho cristão enquanto estivemos nesta terra ?

Eu e você somos Éfeso, quando provamos e reprovamos os falsos apóstolos (obreiros, líderes), quando sofremos com paciência sem negar o Santo Nome; mas também somos Éfeso, quando deixamos nosso primeiro amor...

Somos Smirna, perseguidos e aprisionados, mortos até, por professar o Santo Nome de Cristo. Mas também somos Pérgamo, quando seguimos a doutrina de Balaão (que hoje mudou de nome para Teologia da Prosperidade) e os ensinos dos nicolaítas (que rejeitavam a Trindade).

Somos Tiatira, por nossas obras, amor, serviço, fé, e paciência; mas também somos a Tiatira tolerante ao extremo, que deixa as (e os) Jezabéis de hoje assumirem nossos púlpitos e vomitarem suas heresias...

Eu e você nos comportamos como Sardes quando nossas obras não estão perfeitas diante de Deus e não cuiidamos dos crentes moribundos espiritualmente; mas também somos a Sardes que ainda tem um remanescente fiel, que andarão vestidos de branco com Cristo (estaremos nós no meio dessa elite ?)

Ao mesmo tempo que por vezes somos a Filadélfia que guarda a Palavra e não nega o Santo Nome, somos também a Laodicéia que se orgulha de sua riqueza e prosperidade: muitos templos e congregações, folheados a ouro e prata, mas à custa do poder e unção divinos, trocando a glória de Deus pela glória dos homens.

O aviso divino continua válido: “Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa” Apocalipse 3:11.

Alguém quer perder ?