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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Lições de Porto Príncipe

Há cerca de duas semanas, o mundo foi abalado com a noticia de um terremoto de grandes proporções num pais da América Central chamado Haiti, na verdade uma ilha pobre e miserável localizada na região do Caribe. Um país massacrado por governo ditatorial, guerra civil, fome, analfabetismo e misérias de todo tipo. E que agora se vê novamente em situação lamentável, desta vez por causa da fúria da natureza. Mas de toda esta situação, alguns ensinamentos valiosos são trazidos para todos nos.
Em primeiro lugar, a fragilidade da vida humana. Milhares de pessoas encontraram a morte em apenas um momento, muitas delas soterradas pelos escombros das próprias casas que construíram. Certamente, nenhuma delas poderia imaginar que aquele seria o último dia de suas vidas. E justamente por ser tão frágil, nossa vida nos faz lembrar que deveríamos valorizá-la mais ainda, aproveitando cada momento na ajuda ao próximo e no cumprimento das leis divinas, como lemos no Salmo 90: Ensina-nos a contar os nossos dias de tal maneira que alcancemos corações sábios. E nos diz ainda o Apóstolo Tiago, no capítulo 4, versículo 14 de sua carta: Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e depois se desvanece.
Outra lição preciosa que o terremoto do Haiti nos ensina é a imprevisível certeza da morte. Tão certo como mal nascemos já começamos a morrer, também é certo que o momento de nossa partida não pode ser determinado com antecedência. Por causa do pecado, a morte passou a acompanhar a Humanidade em toda sua história. Justamente por isso, devemos estar preparados da melhor maneira possível. Põe em ordem a tua casa, porque morrerás, seria a palavra bíblica para todos nós. Somente Jesus Cristo pode trazer aos nossos corações a fé e a segurança para enfrentar a morte, pois apenas ele disse: eu sou a ressurreição e a vida, quem crer em mim, ainda que morra, vivera. Nada mais pode trazer ao ser humano a esperança de vida eterna, a não ser a pessoa bendita do Salvador.
Os numerosos relatos de pessoas salvas contra todas as expectativas, mesmo vários dias após o terremoto, nos ensinam muita coisa sobre a providencia divina. 'Milagre' tem sido uma palavra muito usada nos dias recentes no Haiti, trazendo assim uma resposta as pessoas que perguntavam “onde estava Deus no momento do terremoto”?
Não podemos esquecer também de que, apesar dos avanços da ciência e da tecnologia atual, ainda somos bastante limitados. Ainda estamos muito longe de conseguir antever o momento de um terremoto, e mesmo com a ciência de hoje e impossível deter um desastre dessa natureza. Como lemos na 1ª Carta de Paulo aos Coríntios, capítulo 3, versículo 19: “Deus apanha os sábios na sua própria sabedoria”. Um fato curioso após o terremoto foram as declarações polemicas e um tanto desastradas do cônsul do Haiti no Brasil, que sem notar que estava sendo gravado, atribuiu a catástrofe a um castigo divino, em razão das superstições religiosas do povo Haitiano, adeptos fervorosos do vodu, um culto africano. Castigo de Deus, sem dúvida, foi o pensamento de muitas pessoas para esta situação, na verdade, é o que geralmente nos vem à cabeça quando vemos nosso semelhante em situação calamitosa. Foi o que os amigos do patriarca Jo pensaram, ao encontrá-lo cheio de feridas, despojado de seus bens materiais e de sua família por causa de terríveis desastres. Também foi o que as pessoas da época de Jesus pensaram quando uma torre caiu na cidade de Jerusalém e matou 18 pessoas, todos galileus, gente que era considerada como de má reputação. Porém, naquela ocasião Jesus falou algo que nos ensina uma maravilhosa lição. Disse o Mestre de Nazaré: vocês pensam que esses homens eram mais pecadores do que os outros porque isso aconteceu com eles ? Não, antes vos digo, se vocês não se arrependerem, perecerão da mesma maneira.
Com essas palavras, Jesus deixou bem claro que as calamidades, em vez de serem castigo divino, são antes de tudo um solene aviso do Criador para a Humanidade: mudem de proceder, deixem os seus maus caminhos, amem o próximo, obedeçam as Escrituras. Como a Bíblia Sagrada nos fala, no Livro do Profeta Sofonias, capítulo 2: 3 Buscai ao SENHOR, vós todos os mansos da terra, que tendes posto por obra o seu juízo; buscai a justiça, buscai a mansidão; pode ser que sejais escondidos no dia da ira do SENHOR.
As lições de Porto Príncipe são para toda a Comunidade Internacional, talvez por sentirem isso vários países estão enviando pessoal e equipamentos para ajudarem o povo haitiano nesse momento tão difícil. Que todos os cristãos possam lembrar dessa gente em suas orações, intercedendo por eles e pelas equipes de ajuda humanitária que ali se encontram, e muito especialmente pelos missionários que ali estão.
Mas acima de tudo, oremos por nós mesmos. Afinal, ainda paira a ira de Deus sobre esta Humanidade tão corrompida, tão rebelde contra o Criador, mas tão necessitada e carente de sua graça, misericórdia e perdão. Oremos para que o Haiti não seja aqui.

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